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Sabesp : empresa não cumpre prazos e mostra dificuldades técnicas em Piraju

Postado à, 7 dias atrás | 6 minutos de leitura

Sabesp : empresa não cumpre prazos e mostra dificuldades técnicas em Piraju
Uma reunião pública com moradores de diversas localidades de Piraju aconteceu na Câmara Municipal na noite de quarta-feira, dia 29. O encontro abordou os problemas no abastecimento de água em bairros da cidade e também outras questões relacionadas à Sabesp.
 
Um dos pontos discutidos foi a situação da Enseada Piraju, onde a Sabesp afirmou estar dentro do prazo para realizar a implantação das redes. Também foram levantadas questões sobre a taxa de esgoto e os aumentos expressivos nas contas de água, que têm gerado preocupação entre os consumidores. O vereador Érico exibiu um vídeo de quase um ano atrás no qual um representante da empresa garantia que o problema de abastecimento em um bairro de Piraju seria resolvido em "15 dias", prazo que já foi amplamente superado e está sem solução até hoje.
O engenheiro da Sabesp reconheceu que foram realizados procedimentos, mas que "o resultado não foi o esperado", o que evidencia sem dúvida dificuldades técnicas por parte da empresa.
 
A reunião contou com a presença de uma advogada representante da OAB de Piraju, especialista em direito do consumidor. 
Moradores relataram a constante falta de abastecimento nos bairros Castilhão, Nosso Teto, Monte Belo, Eldorado, Morada do Sol, Maria Gonçalves da Motta, Jardim Cristal e região da Codespaulo que continuam sem solução.
 
Reunião anterior
Os mesmos técnicos da Sabesp já haviam se reunido com o prefeito Carlinhos e vereadores no dia 21 de janeiro, na Prefeitura. Estavam presentes o engenheiro Jorge Narciso, da Sabesp de Avaré, e seu assessor Adriel, além do vice-prefeito e chefe de gabinete Leonardo Tonon, o diretor de Obras Dirceu Lima e os vereadores Brandine (presidente), Sargento Siqueira, Fernanda Carrara, Léia Jacob e Nana Albanesi.
 
Eles foram informados que a Sabesp, após sua privatização, passou a ter como acionista a empresa Equatorial, sendo vinculada às Unidades Regionais de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário (URAE). Com essa mudança, o contrato renovado entre a Prefeitura de Piraju e a Sabesp em 2023 sofreu alterações, mas até o momento não foram divulgadas explicações detalhadas sobre o impacto dessas alterações para os consumidores, o que gerou questionamentos sobre a transparência do processo. A vereadora Fernanda Carrara disse que a prefeitura não se reportou à Câmara nessa ocasião.
 
Atualmente, a atual administração da Prefeitura que assumiu em 1º de janeiro cobra contrapartidas da empresa, incluindo melhorias nos bairros Enseada, Santo Antônio, Águas do Cágado e Distrito Industrial.
 
Na reunião da Câmara, houve duras críticas à morosidade da Sabesp e ao não cumprimento de prazos e compromissos assumidos com a população. Foram apontados problemas como cobrança excessiva nas contas, taxas abusivas,  a necessidade de instalação de redutores nos hidrômetros devido à pressão da água que reflete em contas mais altas, buracos deixados por ruas da cidade cada vez que vão fazer reparos nas redes, atendimento ao público limitado e insuficiente, valores elevados da taxa de esgoto, falta de diálogo com a comunidade e consumidores contas em ascenção e dificuldades para parcelamento de contas, que exigem entrada alta, por vezes acima das possibilidades  dos consumidores que já estão inadimplentes.
A representante da OAB questionou se a Sabesp possui algum seguro ou cláusula de indenização para casos em que não cumpre prazos acordados. O engenheiro presente não soube responder, mas deu a entender que não existe essa previsão contratual.
 
A vereadora Léia Jacob ressaltou que o contrato da Sabesp foi renovado sem ampla discussão com a sociedade e que é necessário mais transparência nesse processo. A  representante da Folha de Piraju sugeriu que, na próxima reunião, o Ministério Público seja convidado para tomar conhecimento das denúncias e possa ver os absurdos da atuação da empresa na cidade.
Diante do impasse e da insatisfação geral, fica evidente a necessidade de um amplo debate sobre a Sabesp, envolvendo a Câmara, Prefeitura, OAB, Ministério Público e consumidores. 
Os representantes da empresa apresentaram respostas vagas e não demonstraram autonomia para solucionar os problemas apontados. A preocupação é que a privatização acabe resultando em mais dificuldades e injustiças para os consumidores.
 
O contrato renovado entre a Sabesp e a Prefeitura tem vigência até 2060, ou seja, por mais 35 anos. O prefeito que assinou o contrato terá, à época, mais de 100 anos. É essencial que as autoridades e a sociedade organizada busquem esclarecer toda essa confusão e os termos desse acordo e trabalhem para garantir que os interesses da população sejam devidamente protegidos.
Fotos Ícaro Lima/ Câmara Municipal
Veja o vídeo da vereador Léa falando da situação.