Uma foto da familia do sr. Osvaldinho Pinterich, enviada por seu filho Maurício
►Importante- Na foto da capa desse material no portal folhadepiraju.com reconhecemos sr. Mário Ferro, Sr. Oswaldinho Pinterich e sr. Quinzinho Negrão, mas há outros pirajuenses que participaram da expedição
O relato da aventura:
♦ Assim foi contada à época (finalzinho dos anos 70) a história e publicada na Folha de Piraju a odisséia de um grupo de pirajuenses em férias no rio das Mortes e Araguaia ♦
Da redação e do Projeto Memória da Folha: Importante explicar, antes de reproduzir o texto do final dos anos 70 publicado na Folha de Piraju daquela época, que o rio das Mortes sustenta um grande ecossistema e é tido como o segundo rio do mundo de água mais pura.
Vamos ao relato
"A história foi contada por um dos pescadores e reproduzimos na íntegra pois trata-se de grandes aventuras onde se preparavam por meses para que tudo desse certo. Afinal ficavam semanas sem nenhum contato, apenas com índios, lugares perigosos, embrenhavam-se em matas virgens e rios repletos de uma natureza rica e pura que não existe mais. Na época, a viagem até o ponto escolhido, poderia durar 2 ou 3 dias se corresse tudo bem. A metade do trajeto era em estradas de terra e geralmente um caminhão ia carregando todo o material que utilizariam lá como: os botes com motores, freezer com motores estacionários, alimentos, água, remédios, até chuveiros eram instalados na beira do rio devido ao tal peixe “candiru” que poderia colocar o pescador em risco de morte.
Outro perigo eminente que tomavam muito cuidado eram as “arraias” com seu ferrão mortal.
A convite do saudoso Osvaldo Pinterich tive a oportunidade de ir em uma dessas “caravanas” em 1979, assim pude vivenciar os fatos acima e continuaremos contar esta outra aventura vivida pelo grupo do Osvaldo em outra data. Segue o relato no jornal : “ O grupo de pirajuenses: Sr. Osvaldo Pinterich, Flavio Amorim, Valter Scatuzzi, Orestes Martinelli, Irineu Martinelli, José de Araújo, Vando, Indalécio e Aníbal Garcia Filho, combinou uma viagem de recreação aos famosos sertões do rio Araguaia e rio das Mortes. Partindo em uma Kombi e uma caminhoneta rumo ao Rio das Mortes ao ponto em que desemboca no rio Araguaia, nas proximidades da Ilha do Bananal.
Não conseguindo, no entanto, alcançar o ponto escolhido, por achar-se quebrada a ponte em que liga a Serra do Roncador ao Rio Araguaia, após uma permanência de poucos dias nas imediações daquela região em pescaria e exploração, a turma regressou. Organizou-se então um outro grupo composto de: Osvaldo Pinterich, José Carlos do Val, João Mané, Dilofredo Chagas Filho, Luiz de Barros, Gino Garbelotti, Nenê Fernandes, Vinício Ferreira e Ktizio, o Sr. Osvaldo fotografo, Mario Ferro, Guerino. Pai do Adriano Frigo. O grupo partiu em 19 de julho com a mesma intenção de atingir o lugar antes escolhido. De Piraju, o itinerário seguiu atravessando o estado de Minas e parte de Goiás em direção a Brasília, o que valeu por um divertido passeio, dada a beleza da Novacap (Brasília). Partindo daí em direção ao norte do Mato Grosso e passando pelo Rio Caiapós, região em que habitam os índios do mesmo nome, seguiu a caravana acompanhando o rio Araguaia até a cidade de Aragarças e Barra do Garça, onde o pessoal ficou conhecendo uma fonte natural de águas sulfurosas com temperatura até 48º e vários dos companheiros tiveram a oportunidade de constatar suas propriedades medicinais". O relato segue: "Atravessando o Rio Areões, domínio dos índios Xavantes., enfim, alcançaram os pirajuenses o Rio das Mortes, nas proximidades de São Felix, onde existe um acampamento dos índios Carajás. Ali, deixando a estrada principal, enveredaram por um atalho que conduz ao rio das Mortes, onde encontraram a ponte já citada no estado em que se achava como da primeira vez. Mas os pirajuenses, não desanimaram e a engenharia funcionou a contento enriquecendo o longínquo sertão com uma ponte a moda de Piraju, a qual ajudou dando para fazer a travessia, permitindo a chegada no lugar as 16 horas com o tempo suficiente para armar as barracas. No dia seguinte, a turma avançou na pesca, não deixando de se distrair também com alguma caça das poucas permitidas. O resultado da pesca foi surpreendente: diversos peixes “Pirararas” de mais de 50 quilos, pintados de tamanho descomunal e um peixe de nome “filhote” arrebentou uma linha 200, outros foram mortos com tiros da Winchester, uma arraia foi morta pelo companheiro João Mané. O guia da caravana era um índio Xavante com destreza liquidou vários jacarés".
→(Todos esses relatos e contação de história, mesmo fragmentadas puderam ser reunidas agora através da curiosidade e colaboração de João Dias Ramos)
Orla do rio Araguáia em Nova Xavantina
O nome do Rio das Mortes
O nome rio das Mortes foi colocado pelos índios Xavantes, devido às grandes batalhas com os bandeirantes às margens do rio. O rio das Mortes, também conhecido como rio Manso, é um curso de água que banha o estado de Mato Grosso, Brasil. Encontra-se na bacia Araguaia-Tocantins tendo extensão total de 1.200 quilômetros. Deságua no rio Araguaia, 20 quilômetros a montante de São Félix do Araguaia. ⇔ Wikipédia.
.jpeg)
►Redação da Folha em 19/04/2025. Ainda se vê nas fotos nesta e nas anteriores João Barreiros, o dentista José Carlos do Val e Jarbas Ramos (filho de dona Miloca/casado com Vera Andrade), Quinzinho Negrão e Venicius Ferreira. Pode haver outros nas fotos e que não foram identificados pelo autor do relato no jornal daquela época. O material foi enviado à Folha de Piraju por um dos historiadores informais de Piraju, João Dias Ramos. A história e o recorte de jornal original está no Acervo Municipal numa das coleções da Folha de Piraju encadernadas do final da década de 70. Toda a coleção do jornal desde 1966 foi doada pelo diretor da Folha de Piraju, José Elói Soares Caputo ao município de Piraju em 2019. E encontram-se no acervo. Ao concluirmos a reprodução dessa publicação não houve tempo hábil de pesquisarmos no Acervo em que jornal exatamente se encontrava esse recorte, o que faremos oportunamente. O arquivo do primeiro ano do jornal, 1965, foi doado ao acervo da cidade pelo jornalista Constantino Leman antes de falecer.
Se você quiser ver a reportagem especial da Folha de Piraju
clique na foto abaixo.