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‘Não há desculpa. E deve haver tolerância zero’, diz vice da ONU sobre violência de gênero

Postado à, 1393 dias atrás | 5 minutos de leitura

‘Não há desculpa. E deve haver tolerância zero’, diz vice da ONU sobre violência de gênero

Do site https://nacoesunidas.org/

Em meio ao aumento da violência contra mulheres e meninas em todo o mundo – incluindo o estupro –, a vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, enviou uma forte mensagem nessa segunda-feira (22) alertando para o frequente hábito de culpar as vítimas da violência de gênero.

Na mensagem em vídeo, Amina pediu que os homens e meninos se tornem aliados no enfrentamento desse tipo de violência.

Em meio ao aumento da violência contra mulheres e meninas em todo o mundo – incluindo o estupro –, a vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, enviou uma forte mensagem nessa segunda-feira (22) alertando para o frequente hábito de culpar as vítimas da violência de gênero. Na mensagem em vídeo, Amina pediu que os homens e meninos se tornem aliados no enfrentamento desse tipo de violência.

“Muitos incidentes provocaram indignação generalizada. No entanto, alguns continuam tentando jogar o mesmo jogo de sempre: o jogo da culpa. Culpam a pandemia de Covid-19. Culpam o estresse social e econômico. Culpam a incerteza. Escandalosamente, até mesmo, culpam a vítima. Geralmente uma mulher ou, pior ainda, uma menina. Culpam qualquer coisa, tudo, menos o agressor”, disse a vice-chefe da ONU.

Ela lembrou que a violência sexual – sob qualquer forma de violência – é “simplesmente violência”.

“Não há desculpa. Não há justificativa. E deve haver tolerância zero. Todos nós devemos nos levantar e falar”, pediu.

Amina citou como exemplo a Iniciativa Spotlight, promovida pela União Europeia e pelas Nações Unidas, que promove o enfrentamento da violência contra as mulheres em todos os lugares – incluindo sociedades, comunidades e em casa.

Ela citou ainda sua experiência como mãe, e seu diálogo com os filhos homens. “Eu sou mãe orgulhosa de quatro filhas. Mas as vozes mais altas me pedindo para falar vieram dos meus filhos. Eles disseram: ‘Mãe, esse já é um problema perigoso. Está em nossos espaços de bate-papo. Você precisa fazer algo sobre isso. As pessoas vão ouvir’”.

E acrescentou: “Não sei se as pessoas vão ouvir. Mas se eu posso fazer a diferença na vida de uma só mulher, vale a pena falar sobre isso”. Seus filhos falaram com ela sobre como se dão as conversas com outros meninos. Alguns, disseram, reconhecem que a violência de gênero é errada. “Mas outros dizem, espantosamente, que as mulheres pediram”, disse Amina.

“Você e eu sabemos que homens e meninos que cometem violência contra mulheres ou meninas simplesmente não são homens. Eles são fracos. São vergonhosos. Eles são, infelizmente, a exata definição de covarde. E para aqueles que fazem vista grossa ou fingem não ouvir, dizendo que é um assunto particular, saiba que você é, também, cúmplice da violência”, disse a vice-secretária-geral da ONU.

Devido a atitudes como essas, acrescentou Amina, milhões de mulheres e meninas enfrentam o perigo claro e atual da ameaça de violência e do estupro todos os dias – em casa, na escola e, atualmente, online.

“Homens e meninos, pais e filhos, maridos: devemos ter essa conversa. Assumam a responsabilidade. Falem. Fiquem ao lado das mulheres e meninas. Vamos dar as mãos a sobreviventes de violência, incluindo estupro. Ouça as histórias delas. Vamos parar de culpar e envergonhar as vítimas. Vamos reunir nossas comunidades para dizer ‘não’ à violência de gênero.”

Se não fosse “uma mulher e seus nove meses de trabalho”, adicionou Amina, “não tenho certeza se vocês, homens, estariam aqui hoje”.

“Então, vamos ficar ao lado de nossas mães, nossas irmãs, nossas filhas, nossas parceiras. E, juntos, vamos declarar em uma só voz: eu estou com ela”, concluiu Amina.