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Mesmo sem representantes de barragem Defesa Civil de Piraju faz reunião e toma decisões

Postado à, 396 dias atrás | 12 minutos de leitura

Mesmo sem representantes de barragem Defesa Civil de Piraju faz reunião e  toma decisões
Toda a equipe de gestão da administração José Maria Costa, incluindo a Defesa Civil , estão atuando desde a última semana para evitar problemas com prováveis enchentes do Rio Paranapanema por conta das fortes chuvas que afetam  várias regiões do estado neste período, incluindo a área de concessão das usinas Paranapanema (ENEL), Piraju (CBA) e Jurumirim (CTG). 
Dia 23, um dia após a reunião a Jurumirim estava cheia com sua capacidade por volta de 83%, seguindo o boletim de 23/02 que não foi atualizado ainda.
 
Diretores municipais e funcionários em conjunto com a Defesa Civil estão acompanhando de perto 24 horas por dia a situação dos  três reservatórios : o da UHE Paranapanema, dentro da cidade, com sua barragem / ponte,  UHE Piraju, próximo a rodovia Raposo Tavares, de propriedade da CBA  e fio d’água  o que significa que não estoca água, e o reservatório de Jurumirim que controla a vazão de todo sistema da bacia do Paranapanema não apenas nas duas barragens citadas, que afetam diretamente a cidade de Piraju e imediações, mas as que ficam na sequência do trecho. Ao todo a bacia do Paranapanema possui 12 UHEs, 18 pequenas centrais hidrelétricas e 7 centrais geradoras (CGHs)
Além de geração de energia, essa bacia é usada para  abastecimento urbano, irrigação, tendo também trechos de navegação. Sem falar a utilização turística em todo seu trecho e também utilização em piscicultura.
 
 Na quarta-feira de cinzas (22),  o diretor Administrativo  da prefeitura, Paulo Sara convocou uma reunião com o COMDEC - Comissão Municipal de Defesa Civil   juntamente com representantes das três barragens para discutir a situação atual dos reservatórios e quais providências tomar em caso de enchentes. A reunião foi motivada especialmente pela nota enviada à imprensa pela CBA informando que sua usina a  UHE Piraju estava em estado de Atenção.
Embora esteja totalmente decartado qualquer risco  de rompimento, que é o que mais assusta o imaginário popular, quando se fala em estado de atenção. 
Assim, acredita Sara, faltou às empresas um contato mais adequado na explicação de como são seus procedimentos de avaliação do Plano de Ação de Emergência (PAE) onde está previsto que mesmo com folga na vazão e com um acréscimo  pequeno em termos de metros cúbicos por segundo é  sempre recomendável ficar alerta e anunciar o estado de atenção, e nesse caso em especial porque há uma previsão de mais chuvas até a primeira quinzena de março.
Os representantes das hidrelétricas , lamentou Paulo, infelizmente não compareceram nem enviaram maiores esclarecimentos. Um engenheiro presente chegou a dizer que a imprensa não sabia ler notas oficiais, porém o assunto é extremamente técnico e as empresas que estão instaladas na área deveriam numa atitude zelosa com as populações envolvidas  manter constantes esclarecimentos públicos. Na opinião da Folha de Piraju as empresas estão focadas na geração ou distribuição e têm pouca empatia com a população que atendem.
Esse  engenheiro  que citamos antes alegou que as empresas possuem sites onde é possível verificar a situação das vazões. Não ficou claro na reunião se o engenheiro presta serviços para essas empresas. Mas ficou claro que também não tem empatia nenhuma de entender que muitas pessoas ainda hoje não tên acesso ou têm dificuldade com internet e que os sites das empresas são institucionais confundindo até quem não é leigo. 
Foi consenso entre a maioria dos presentes que somente sites próprios não resolvem a questão da informação. A Prefeitura de Piraju com muito boa vontade em não alarmar ninguém resolveu disponibilizar boletins diários da Jurumirim e outros em seu site. A Folha de Piraju está também acompanhando esse gesto em suas redes sociais.
“Nesse  momento o trabalho de esclarecimento e prevenção tem que ser feito para proteger as pessoas que moram, praticam lazer, nadam  ou trabalham próximas às margens do Paranapanema”, reforçou Paulo Sara diretor administrativo da Prefeitura e um dos membros da Defesa Civil. 
 
A preocupação com a Jurumirim é quase constante , já que  o reservatório  foi construído em 1956 e inaugurado na década de 60 (1962)  à montante de barramentos menores do Paranapanema e tem cerca de  cem quilômetros de comprimento ultrapassando 3 quilômetros de largura em alguns trechos. Além disso a sua represa,  um reservatório com área de 449 km²,  posssui quando cheio um volume de água aproximadamente 4 vezes maior que o da Baía de Guanabara no Rio de Janeiro.
Essa história não é lenda, é real e por isso mesmo as empresas envolvidas nesse trajeto deveriam estar constantemente promovendo ações e levando informações precisas à população e à Defesa Civil de cada localidade, sem lançar mão apenas de sites ou só aparecendo quando promovem ações pontuais em uma ou outra comunidade que atendem.
A cidade de Piraju embora subindo o nível da represa que corta a cidade, vive uma situação de certa tranquilidade em termos de risco para a população, visto que foi feita uma reforma e ampliação do vertedouro da UHE Parapanema pela concessionária ENEL recentemente ( o que chamam de monstrengo popularmente) ma que aumentou a capacidade de vazão para mais de 2 mil metros cúbicos por segundo conforme  obrigava a Operadora Nacional do Sistema e previne a ocorrência de uma cheia milenar como houve na década de 80 quando a água passou em cima da ponte/barragem.
Pelas fotos nesta reportagem se vê que apesar do  grande volume de água a obra da Enel, recém inaugurada e mesmo sob críticas foi providencial e trouxe segurança a Piraju.
COMDEC
O Presidente do COMDEC, Adriano Frigo Junior parece que falou pelos barrageiros  ausentes na reunião que as estruturas das três barragens estão em perfeito estado e não oferecem nenhum perigo (sic). A fala dele não parecia tão afinada com a do prefeito José Maria que embora saiba da segurança  exige que as empresas expliquem cada situação instalada para a população, tendo até cobrado pessoalmente a posição da CBA antes mesmo do início do estado de atenção dia 18/02. O oficio do prefeito foi dia 13.
 
Frigo disse (apesar de sua fala pelos representantes de Barragens ausentes), que não ficou descartada de ocorrer uma situação semelhante à que houve em 1983, "quando a água do Paranapanema subiu tanto que passou por cima da Ponte Nelson de Godoi". Naquela época, a vazão das represas passou da marca de 2.600 m³ por segundo, lembrou. Hoje elas estão em torno de 600 a 800 m³ por isso descartou um risco iminente. Mas com água não se brinca. Melhor a prevenção exagerada do que uma surpresa da natureza.
 
Entendemos a boa vontade da Defesa Civil e objetivo responsável de tratar esses tema sentindo segurança na recente reforma da ponte barragem com a construção da obra do novo e amplo vertedouro que traz o risco de um enchente como em 1983 na cidade para praticamente zero. 
Mas seria bom ver os próprios representantes das empresas /barragens falando por si em reuniões como essa assumindo um comprometimento real  e  ao vivo com autoridades e população.  Afinal ainda temos preocupação com a COVID , mas a reunião já pode ser presencial.
 
“Nesse  momento o trabalho de prevenção tem que ser feito e explicado aos moradores com ampla divulgação para proteger as pessoas que moram, praticam lazer, nadam  ou trabalham próximas às margens do Paranapanema” reforça Paulo Sara, diretor da prefeitura que lamentou ausência dos representantes das empresas.
 
Na reunião havia muitos segmentos representados SABESP, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar , DAEE entre outros setores, todos já envolvidos. em trabalhos de prevenção de algum modo.  
Decidiu-se ao final  fazer intervenção e interdição de áreas de risco dentro do município de acesso de pessoas e embarcações, medida que foi colocada em prática no mesmo dia da reunião no final da tarde. Na quinta -feira  (23) a Prefeitura de Piraju ampliou essas ações divulgando vários comunicados oficiais e interditando áreas de risco.
 
Foto  capa: Vereador José Carlos Garcia,. Da reunião Roberto Bersi