seja bem vindo ao portal folha de piraju

Circulação: Cidades e Regiões das Comarcas de Piraju, Santa Cruz do Rio Pardo, Ipaussu e Avaré

notícias

Voltar

A paisagem do Paranapanema, numa das primeiras manhãs bem frias, por Rogério Bressane

Postado à, 1436 dias atrás | 4 minutos de leitura

A paisagem do Paranapanema, numa das primeiras manhãs bem frias, por Rogério Bressane
Recebemos estas fotos do Rogério Bressane  pelo zap/zap, como a gente fala aqui na redação. 
Ele conseguiu ter a sensibilidade de captar com suas lentes os momentos mágicos de uma Piraju que poucos de nós vê, nas manhãs frias.
Nessa época todo mundo quer ficar um pouco mais no aconchego da cama. E na verdade sabemos das belezas da cidade, mas não levantamos cedinho para ver a paisagem que nos contempla.
Demais Rogério. Obrigado por proporcionar aos leitores do Portal  folhadepiraju.com estas imagens reconfortantes de que o período que todos estamos passando possa ser só como essa bruma/ neblina de outono que nos atemoriza, mas se apaga e mostra a extraordinária beleza da natureza à nossa volta assim que que as horas vão passando.
Aprecie pessoal, que em muitos anos o registro de uma manhã assim, pelo que já vi, é uma raridade.
Ainda mais nesse local. 
 
Tem um poema de Rodrigo Goldacker
parte dele diz assim:

Tudo que há é um vagar perdido da vida errante
Onde alguns nesta neblina tropeçam em abismos
Enquanto outros acabam por topar com boas saídas;

Não há mapas para seguir dentro deste denso nevoeiro,

Não há julgar para quem não caiu no abismo que não viu,
Não há prêmio nesta névoa que não venha aleatório,
Nossas lágrimas afundam por rumos diversos na terra
Sem que nossos olhos controlem tais jornadas;

Que tolo seria dar valor ao olho cego

Ou validar um mapa torto de um terreno mutável;

Que tolo seria acreditar que a neblina da vida dissiparia
Com palavras, verdades, certezas, com abismos desenhados nas folhas;
Que tolo seria acreditar na solidez contra a inconsequência do próximo passo
Por conta do último passo ter dado a sorte de não findar-nos;

Que tolo seria julgar que o porvir se assegura pelo já ido
Ou tornar o incerto amanhã reflexo da certeza do ontem,
Que tolo seria buscar seguranças no nevoeiro!

Que tolo, que tolo, que tolo seria

Andar tentando enxergar em um mundo que nada garante,
Que diferença faz na névoa manter olhos abertos ou fechados?
Por que não se render à cor interna?
Por que acreditar mais na névoa externa?
Por que não se jogar de braços abertos?
Por que não viver e sorrir?
Por que buscar a certeza inatingível do próximo passo?
Por que não dar passos por loucura?
Por que não amar o risco dos pés?
Por que não amar a vida, o nevoeiro, a tal cor interna, o abismo e o acaso,
O sucesso e o fracasso,
Por que não amar a sorte cega?

Por que não gritar cantigas ecoando felicidade na neblina?

De certo nenhum mapa isto criaria
Mas daria aos outros perdidos alguma garantia
De que não só abismos trágicos há no terreno,
Mas também sortes dadas aos que pulam sem buscar por aí,
Alguns paraísos perdidos a serem encontrados sem querer;

Então canta, canta, canta!

Sorri e dança, tua vida narra aos ventos,
Faça na neblina ecoar tua alegria!

Galeria de Fotos