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"ADOTIVA" PARTICIPA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA DEFENSORIA PÚBLICA DE SANTA CATARINA
Postado à, 598 dias atrás | 
3 minutos de leitura
POR Larissa Lemos
Fechei agosto participando de uma importante Audiência Pública. Promovida pela Defensoria Pública de Santa Catarina, o encontro debateu Vulnerabilidade Social e Destituição do Poder Familiar, motivado por um caso complexo em Blumenau: mães estão denunciando a retirada compulsória de seus filhos, com posterior adoção.
Fui convidada a participar, representando a ADOTIVA (Associação Brasileira de Pessoas Adotadas - @adotivabrasil clique ). Lá expliquei o motivo da adoção não poder ser romanticamente vista como solução. Nenhuma nova família deveria começar a partir da "criminalização da pobreza".
Quando focamos só em adoção, e a romantizamos, restringimos o tema a um viés familiar, no desejo de ser família adotiva. Mas vale tudo para ser pais adotivos? Qual o impacto de se fechar os olhos tanto para o que gera a adoção quanto para os impactos emocionais na vida de quem passa pela adoção?
Falamos em adoção, mas temos uma sociedade preparada para acolher adotivos à longo prazo? Dos núcleos de psicologia à campanhas nacionais de direito a biografia: há um universo inteiro precisando ser criado para atender as necessidades adotivas e, aí sim, de fato ter um sistema que leve em conta o melhor interesse dessa pessoa!
Quando pensamos em responsabilidade coletiva, em prevenir a necessidade de adoção, ampliamos a atuação social, incluindo mais gente, políticas públicas, iniciativas privadas e campanhas em geral.
A adoção não é, portanto, uma vida melhor. É apenas uma vida diferente.
A palavra "negligência" vem sendo denunciada, há anos, por ser um termo guarda-chuva que acaba por justificar a separação de famílias, mesmo quando se trata de ir contra a legislação que diz que "A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar". Precisamos, sempre, olhar a adoção mais a fundo! Entender suas origens!
É preciso sonhar um mundo em que a adoção não seja necessária, um mundo em que violências institucionais não sejam cometidas sendo justificadas por ela.
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FOLHADEPIRAJU EDIÇÃO ESPECIAL 2024 Nº6 BOROGODÓ 
