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Vazamento em elevatória da Sabesp polui o Rio Paranapanema em Piraju

Postado à, 8 dias atrás | 5 minutos de leitura

Vazamento em elevatória da Sabesp polui o Rio Paranapanema em Piraju

Imagens encaminhadas à Folha de Piraju mostram esgoto in natura escorrendo da elevatória da Sabesp, localizada na Avenida Dr. José Maria Arbex, na Estrada do Funil, em Piraju. O vazamento, visível sobre o asfalto, desce pela via até cair diretamente no Rio Paranapanema, o principal patrimônio natural da cidade e de toda a região.

Segundo um morador das imediações, o vazamento tem sido frequente e ocorre há mais de uma semana, sem qualquer medida de contenção.
“Faz uma semana que está saindo esgoto pela tampa do bueiro. Cai direto no rio, em frente ao Gabriel Pires. Não vi ninguém mexendo lá até agora”, afirmou.
Ele acrescentou que “praticamente todo mês há vazamento ali”, e que o esgoto “desce até o rio, passando por uma chácara na beira da estrada”.

As fotos confirmam o extravasamento de esgoto doméstico bruto, proveniente da elevatória construída há cerca de cinco anos, que segundo moradores nunca funcionou de forma regular. O material despejado percorre o asfalto e termina no leito do Rio Paranapanema, chegando, segundo relatos, às áreas de recreação do Parque das Águas e do Iate Clube, locais de contato direto com a população.

O caso foi formalmente denunciado à Ouvidoria da Sabesp e também registrado no sistema Fala SP, vinculado à Ouvidoria do Governo do Estado de São Paulo.
Na manifestação consta: “vazamento de esgoto a mais de sete dias, sem nenhuma medida tomada até o momento. Contaminação de manancial. Isso ocorre com frequência.” O protocolo da denúncia foi confirmado.

A Folha de Piraju encaminhará a denúncia, com as imagens e protocolos, ao Ministério Público, à Prefeitura e à Câmara Municipal, solicitando que as autoridades verifiquem as condições de operação da elevatória e a responsabilidade da concessionária.

O episódio escancara uma contradição que se repete em várias cidades atendidas pela Sabesp: moradores que pagam pela coleta e tratamento de esgoto, mas veem o esgoto sendo lançado diretamente no rio.
A empresa, que deixou de cumprir compromissos assumidos no contrato de renovação firmado na gestão anterior com apoio da maioria dos vereadores, agora privatizada, demonstra desleixo com o saneamento básico e com o meio ambiente.

Antes da privatização, a fiscalização dos serviços da Sabesp era centrada em órgãos ambientais, como a Cetesb e secretarias de área.
Após a privatização, passou ao guarda-chuva da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), que atua em todos os processos estaduais de concessão e privatização — um modelo que distancia a regulação das realidades locais e enfraquece o controle público direto sobre o saneamento.

A Folha de Piraju não buscará manifestação da Sabespos fatos falam por si.
Nesta história, o outro lado é o vulnerável: o Rio Paranapanema e a população de Piraju, diante de uma empresa que se impunha quando era estatal e que, agora privatizada, vem piorando o atendimento e tratando com ainda mais indiferença a cidade de onde retira seu passivo — a água vinda do maior reservatório hídrico da região.

E pensar que, durante a privatização, se alardeou que os vazamentos seriam monitorados por satélite.

 " Novas tecnologias também otimizam processos, assim como trazem resultados mais rápidos e efetivos, como a localização de vazamentos por satélite e a fiscalização da reposição asfáltica com inteligência artificial", explicou a Sabesp à Agência Brasil na ocasião da privatização.
Devem estar falhando os satélites que monitoram Piraju. "

Seria cômico, se não fosse trágico.

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