seja bem vindo ao portal folha de piraju

Circulação: Cidades e Regiões das Comarcas de Piraju, Santa Cruz do Rio Pardo, Ipaussu e Avaré

notícias

Voltar

Presidente do Hospital falou na terça sobre renúncia conjunta do conselho de administração

Postado à, 1 dias atrás | 8 minutos de leitura

Presidente do Hospital falou na terça sobre renúncia conjunta do conselho de administração

O presidente do Hospital Bruno Bragança Pedro, convocou os associados da entidade para uma Assembleia Geral Extraordinária no próximo dia 25 de junho de 2025, às 19h, na sala redonda da Câmara Municipal de Piraju. Essa é a segunda assembléia marcada com essa finalidade, a anterior teve confrontos e debates entre os presentes e os representantes do Hospital preferiram cancelar a reunião.

Na manhã de terça-feira, o presidente do Hospital de Piraju, Bruno Bragança, concedeu uma entrevista para comentar a renúncia coletiva dos membros dos Conselhos de Administração da entidade. Segundo divulgou no início da noite desta quinta -feira o blog Expresso Piraju que teve acesso à trecho da carta de renúncia de 13 membros do Conselho e conforme o documento um dos motivos seria  “incompatibilidade de pensamentos, divergências da forma de gestão e o não cumprimento, por parte da presidência da entidade, de decisões tomadas pelo Conselho de Administração".

 

A saída dos conselheiros ocorreu dias após a suspensão de uma assembleia que tinha como pauta alterações no Estatuto Social — mudanças exigidas pelo Ministério da Saúde como parte do processo de renovação do título de filantropia. No entanto, divergências com associados e o clima de discórdia e críticas acabaram inviabilizando a continuidade da reunião e acirraram o desgaste entre a diretoria e os presentes.

Bruno iniciou agradecendo os três jornalistas que compareceram à entrevista: Maria Ângela (Folha de Piraju), Diego dos Reis (Eduvale) e Marcos Fernandes (Rádio Paranapanema). Também participou Anderson Moreira, da assessoria de imprensa do hospital.

Ele explicou que convocou a imprensa para esclarecer dúvidas e tratar da renúncia dos membros do Conselho de Administração.

A primeira pergunta foi sobre como ele teria reagido à renúncia coletiva. Bruno respondeu:

⇒“A reação da minha pessoa como presidente da entidade foi um pouco de espanto, porque a gente não imagina que pessoas que estão no dia a dia conosco, ativamente, participando de reuniões, decisões, tomem uma atitude dessa isolada. Então, a gente recebe com muita tristeza esse tipo de atitude. Não precisaria chegar nesse ponto das pessoas preferirem renunciar do que realmente enfrentar os problemas, as dificuldades que vêm se acumulando dia após dia. Principalmente frente à Prefeitura Municipal de Piraju, o contrato de gestão. Esse é o maior ápice que existe de divergência dentro da própria entidade, porque é algo que a gente não consegue resolver, a entidade sozinha não consegue resolver...”

Na sequência, foi questionado se a situação já estava caminhando para essa ruptura ou se foi surpreendido com a decisão dos, agora, ex-conselheiros. Bruno afirmou:

⇒“Eu fui totalmente surpreendido, eu não imaginava que isso pudesse acontecer. A gente percebe que há o desgaste, há o interesse dos membros em tomar algumas atitudes, frente a um contrato de gestão que vem incomodando e sangrando a entidade há muitos anos, e não é levado a sério (...). Nós iremos agora nos reorganizar, ver como que iremos lidar com essa situação. É algo muito sério quando se trata de renúncia, porque existe um estatuto aqui para ser seguido. Existem também muitos interesses públicos nisso. Então a gente tem que continuar firme, trabalhando pelo nosso ideal, que é fazer o melhor possível pelo hospital.”

O presidente também comentou sobre as especulações que surgem nas redes e nas conversas da cidade:

“A gente percebe que quanto mais a gente abre, mais gera especulação e mais gera interesse. Não temos nada a esconder. Todas as nossas prestações de contas são realizadas mensalmente, são acompanhadas por órgãos reguladores, pela própria prefeitura e todas as origens de recursos que vêm (...). Respeito a decisão deles, é vida que segue. Eles se propuseram a participar conosco voluntariamente, mas deixaram a entidade na data de ontem.”

Perguntado se já teve acesso à carta de renúncia dos ex-membros e se sabia quantos haviam deixado a gestão, Bruno respondeu:

“Eu não tive acesso ainda à carta, devo ter acesso a ela hoje (terça). Mas basicamente o teor é o descontentamento com a presidência e a administração em relação a atitudes que deveriam ser tomadas frente à Prefeitura (...). Hoje o conselho de administração é composto por 11 pessoas, a diretoria por 5 e o conselho fiscal por 5 pessoas. Provavelmente vamos convocar novas eleições, mas ainda estamos decidindo qual será o formato: se será apenas para repor membros que saíram ou algo maior. O importante é tranquilizar a todos: a entidade não irá parar nenhum tipo de atendimento.”

Durante a entrevista, Bruno também comentou sobre a gestão de pessoal e o funcionamento da entidade:

“Temos 155 funcionários hoje. Nem todos têm acesso a tudo, porque o hospital é 24 horas, mas há acesso ao que é necessário. Nosso site de transparência está melhorando a cada dia. Hoje praticamente todos os nossos atos estão lá. Não sou eu, Bruno, dono da entidade. Nossa participação aqui é voluntária. Cada profissional vem para contribuir e deixar um legado. Tudo é passageiro. Outros presidentes passaram e deixaram sua contribuição, e assim seguirá.”

Ao ser questionado se pretende disputar uma eventual reeleição, Bruno respondeu:

⇒“Até para que não gere um desconforto perante a população, eu teria que conversar muito com os novos membros sobre o que podemos construir juntos. Esse não é um projeto único meu. Nós formamos um grupo para trazer algo melhor. Pretendo continuar até o fim do meu mandato, que vai até o ano que vem.”

Bruno encerrou a entrevista com uma notícia positiva aos colaboradores do hospital:

“Queria até aproveitar para falar uma notícia muito boa, algo inédito aqui na entidade. Nós acabamos de pagar hoje a primeira parcela do décimo terceiro dos funcionários que trabalham aqui na entidade. Para vocês verem que a luta começa muito tempo atrás, e a gente vem regularizando e buscando alternativas até para beneficiar os funcionários.”