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Confecções de Sarutaiá teriam dado calote em funcionários e sumido

Postado à, 446 dias atrás | 6 minutos de leitura

Confecções de Sarutaiá teriam dado calote em funcionários e sumido
Sem ter pra quem reclamar moradores de Sarutaiá que estavam empregados em confecções teriam levado calote de seus salários e direitos trabalhistas e por isso entraram na Justiça esperando receber o que a empresa lhes negou.
O proprietário de uma das confecções de jeans teria ido embora da cidade levando tudo, máquinas etc, naquele estilo "anoiteceu, mas não amanheceu"  e contra ela somariam-se mais que 20 processos.  A Folha de Piraju recebeu a informação de um advogado de que as máquinas que foram retiradas na verdade são as máquinas que a empresa adquiriu e não pagou.  De acordo com a informação as máquinas de propriedade da empresa continuam no local.
O caso, segundo os ex- funcionários começou com atrasos de salários, pagando sempre depois do dia 12 ou 15, até passar a não pagar.
Várias ex- funcionárias e funcionários entraram com processo, e conforme informações uma das empresas teria até mesmo mudado até de nome "3 S confecções de jeans",  passou a "Presença Jeans".  
Os reclamantes procuraram a reportagem no final do ano e disseram que "a maioria tem medo de falar do assunto" e também  solicitaram que a reportagem não divulgasse o nome de ninguém.
Um dos apontamentos é de que um influente político da cidade teria alugado uma casa para o proprietário da fábrica de jeans. A Folha de Piraju entrou em contato com o político que nos informou que de fato alugou a casa para um dos sócios da empresa como residência e que já deixaram o local. Ele acrescentou que seu filho trabalhou na referida fábrica  e também foi demitido sem receber seus direitos, mas não entrou com ação.
Ao que parece alguns até aceitaram não ser registrados por conta de algum auxilio que recebem do governo. Essas pessoas eram trabalhadores rurais antes de iniciarem seu trabalho na confecção, disseram alguns dos ex- funcionários que nos procuraram. 
Alguns trabalhadores estão passando dificuldades. No caso da Justiça do Trabalho quando há várias ações contra a mesma empresa o juiz junta as excuções. Um dos advogados dos funcionários nos disse que há 9 execuções em andamento junto com as duas que ele entrou. As demais teriam sido ajuizadas por outros advogados. Além disso os advogados dos reclamantes só recebem seus honorários  (30%) quando a ação é quitada.
Uma dessas pessoas nos contou que procurou o politico que alugava casa para o proprietário da empresa mais de uma vez. "Mas ele só me enrrolou".
Agora contam alguns dos prejudicados, haveria outra confecção na cidade de Sarutaiá fazendo a mesma coisa que a anterior. "E aquela teria ido pra Fartura em nome de um laranja",  relatou uma ex- funcionária.
Alguns do ex- funcionários reclamam que as autoridades locais poderiam talvez através da Prefeitura e Câmara acionar o Ministério Público do Trabalho para averiguar a credibilidade das empresas que instalam na cidade. Embora o caso em questão não tenha como se resolver no âmbito político, sempre é possível evitar que outra situação semelhante se repita.
O que sempre se viu na cidade, dizem os trabalhadores, foi um tipo de "bajulação"  em relação aos donos dessas confecções como "geradores de emprego", "mas não houve até o momento por parte de nenhuma autoridade qualquer manifestação no sentido de fiscalizar ou reunir os ex- funcionários e ouvir as dificuldades pelas quais  estamos passando". Essas questões nas pequenas cidades parecem sem solução porque os processos costumam ser demorados. 
No caso em questão ferramentas digitais modernas estão sendo utilizadas para localizar bens das empresas  e de seus sócios, pesssoas físicas, mas até o momento sem sucesso. No caso das máquinas poderão se leiloadas, mas os processos são mesmo demorados.
Ao consultarmos os CNPJs parecem estar ativos tanto o ''3 S confecções de jeans", como  "Presença Jeans". Esta semana a Folha  vai conversar com  advogados que estariam defendendo os direitos dos funcionários para saber da situação dos processos. No caso da primeira empresa a última atualização cadastral se deu na primeira quinzena de dezembro de 2022 e com a saída de um sócio.
Segundo o advogado com quem conversamos mesmo tendo saído da sociedade essa pessoa responde pelo débito com os funcionários. 
Os ex- funcionários, moradores no município de Sarutaiá, são pessoas simples que estão a espera de que esse cenário possa ser revertido e eles tenham acesso aos pagamentos que as empresas não fizeram.