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Alemanha reconhece terrorismo e alerta o mundo nos 50 anos da tragédia da Olímpiada de Munique

Postado à, 596 dias atrás | 5 minutos de leitura

Alemanha reconhece terrorismo e alerta o mundo nos 50 anos da tragédia da Olímpiada de Munique
"Ao selar acordo com parentes de israelenses assassinados, Alemanha reconhece terrorismo e alerta para o mundo de que atos de violência jamais devem ser confundidos com luta pela liberdade", diz coordenadora do IBI
 
Na próxima segunda, 5, o atentado que culminou na morte de 11 israelenses durante a Olimpíada de Munique completa 50 anos. Além da lembrança pela tragédia, a data torna-se ainda mais especial em razão do acordo de indenização finalmente firmado entre a Alemanha e os parentes das vítimas, além da quebra de sigilo dos documentos reunidos sobre a ação terrorista ocorrida em 1972.
 
Na ocasião, oito integrantes da organização palestina "Setembro Negro" invadiram um apartamento da delegação israelense na vila olímpica e mataram dois atletas israelenses. Outros nove foram feitos reféns, supostamente em troca de prisioneiros palestinos presos em Israel. O serviço de segurança alemão tentou intervir, mas o resultado foi o assassinato brutal de todos os reféns.
 
Para Karina Calandrin, doutora em Relações Internacionais e coordenadora de projetos do Instituto Brasil-Israel (IBI), "os ataques mudaram completamente o quadro do terrorismo internacional. Foi marcante e agora, após 50 anos, parentes das vítimas do atentado e a Alemanha finalmente selam um acordo de compensação e alcançam um esclarecimento histórico ao reconhecer de forma ainda mais contundente o ato como terrorismo".
 
Karina também destaca como fundamental o fim de sigilo dos documentos, "de modo que historiadores consigam ter mais fontes para pesquisa sobre esse caso que mudou toda a perspectiva internacional sobre o terrorismo. Apesar de ser uma ferramenta antiga, de tática de guerra, ele se torna mais transnacional a partir dos anos 70, especialmente por conta desses ataques na Olimpíada de Munique".
 
Os ataques provocaram mudanças em todo o sistema de segurança em eventos esportivos de grande escala, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol, trazendo um alerta mundial acerca do terrorismo.
 
Dicotomia presente até os dias de hoje
 
Dois anos após o atentado, em 1974, Yasser Arafat, então fundador e líder da Organização para a Libertação da Palestina, em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), defendeu o terrorismo dizendo que os envolvidos no ataque durante a Olimpíada de Munique não seriam terroristas, mas seriam soldados da liberdade. "Trata-se de uma dicotomia que, infelizmente, existe até hoje para justificar atos de violência que acontecem não só em Israel, mas em várias regiões do mundo", explica Karina.
 
Para a coordenadora do IBI, no entanto, "o reconhecimento da Alemanha de que foi sim terrorismo, fortalecido por suas ações de acordo e abertura de sigilo dos documentos, é mais uma importante e histórica iniciativa de mostrar ao mundo que atos de violência são injustificáveis e de tentar colocar luz a uma questão que até hoje parece não totalmente aclarada".
 
A lembrança pelos 50 anos do atentado será marcada por uma cerimônia na Alemanha, onde o acordo com os parentes das vítimas assassinadas será selado, sob a presença do presidente de Israel, Isaac Herzog, e o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz.
 
Massacre de Munique
O prédio onde o Massacre de Munique aconteceu está quase inalterado hoje.
Local- Munique, Alemanha Ocidental
Data que aconteceu- 5 - 6 de setembro de 1972
4h31 – 12h04 (UTC+1)
Tipo de ataque: Assassínio em massa
Alvo(s) Equipe Olímpica Israelense
Mortes 17 total
6 treinadores israelenses
5 atletas israelenses
1 policial da Alemanha Ocidental
5 membros do Setembro Negro
Responsável(is) pelo atque terrorista:
Organização Setembro Negro
Motivo Conflito israelo-palestino