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Uma Lembrança do Projeto do Iate Clube Piraju, por Douglas Hernandes

Postado à, 507 dias atrás | 7 minutos de leitura

Uma Lembrança do Projeto do Iate Clube Piraju, por Douglas Hernandes
Lembro-me, que quando era criança, de brincar nas piscinas infantis do Iate Clube Piraju, com autorização do sr. Mineiro,  era assim como o conhecíamos,  responsável pela manutenção das piscinas que estavam em construção naquela época.
Não era privilégio de muitos, nadar naquelas águas esverdeadas, pois ainda estavam em processo de construção, não sei dizer ao certo, se já tinha bombas e filtros funcionando, mas nós tínhamos livre acesso porque o Mineiro era uns dos integrantes do projeto  “ Iate Clube Piraju”, que ainda estava nascendo.
A ideia de um clube do porte do iate foi trazida de São Paulo, justamente pelo BIRA para integrar o nascimento do Iate Clube Piraju de hoje. O conjunto de piscinas era o principal para mudar o perfil daquele clube que começou com a antiga SAP na ampla área na beira do rio. 
O projeto das piscinas, agregou valor, ânimo e credibilidade à iniciativa do  grupo de pessoas que iniciou os trabalhos e tornou-se primordial para a existência do Iate do presente.
Muitos de vocês, lendo estas linhas, podem nao saber do que se trata...  assim vou contar os fatos...!
Por volta de 1960, o BIRA que é filho de Piraju, residia  e trabalhava em São Paulo, onde exercia a atividade de contador do banco América do Sul, ele era morador do bairro de Tucuruvi, onde participou do nascimento, venda de títulos e promoção de um clube muito tradicional naquela região, até hoje, que se chama “Acre Clube”.
A grande aceitação daquele espaço recreativo na capital, fez meu pai vislumbrar que seria um fenômeno  um clube do mesmo porte, mas com muito mais atrativos naturais em Piraju, sua cidade natal onde havia um terreno grandioso da SAP às margens do nosso maravilhoso rio o Paranapanema.
Foi então, que nasceu brilhante inspiração em transformar o que havia no local às margens do Paranapanema nas futuras instalações do que seria conhecido como IATE CLUBE PIRAJU. Tudo isso juntamente com o sr. Eduardo Corrêa, que era então o presidente da Associação Atlética Pirajuense (a SAP) e também se empenhou muito para que o novo clube, o Iate fosse então uma realidade.
Não sei dizer ao certo, quem mais participou deste início glorioso mas cresci acompanhando parte deste projeto audacioso. E, o que sei, por relatos de meu pai é  que na época ele pelo conhecimento que tinha em São Paulo fez um convite ao renomado José Edmundo Ganzelli, projetista, membro da equipe de Oscar Niermayer e Lúcio Costa na construção de Brasília para projetar nossas piscinas.
A influência desse projetista da escola de arquitetos e engenheiros de Brasilia se faz presente ainda hoje no conjunto de piscinas do clube que mantém-se insuperável em suas curvas até os dias de hoje.
José Edmundo Ganzelli foi autor de vários renomados projetos entre eles o Acre Clube, o Hospital Presidente, Beta Joias em Manaus e muitos outros.
Ele esteve na cidade para conhecer a área onde faria as piscinas e trouxe uma equipe o Mineiro e alguém de nome Aroldo.
Fico imaginando a lindeza e o tamanho dos sonhos do Bira (meu pai) do seu Eduardo Corrêa e de outros que não sei nominar, para pensarem num conjunto de piscinas tão atual ainda hoje e explicarem ao Ganzelli, que materializou com seu talento essa obra tão especial para a cidade de Piraju e que deu o ponta pé inicial no Iate Clube Piraju.
Com o fascinante  projeto em mãos e a obra principiando foram se juntando novos adeptos e forças  que começaram a acreditar que era possível seguir. Porque quando o relato do que iriam fazer chegou aos ouvidos da população da cidade e região foi um alvoroço. Claro que houve alguma reação negativa. Tanto que em muitos cartazes de divulgação que tinham sido espalhados em vários comércios da cidade, algumas pessoas riscavam com um traço, separando o “IA” e o “TE e colocavam assento para que se lesse... “IÁ-TE CLUBE PIRAJU...”
Mas Deus quis que os críticos despeitados tivessem que engolir suas críticas. Graças a persistência deste grupo e principalmente posso dizer com orgulho, do meu pai o velho BIRA, que em momento algum abandonou o sonho e mais do que isso, saiu à luta, tudo deu certo.
Meu pai saiu vendendo títulos do Iate, esquina por esquina, rua por rua, cidade por cidade. Ainda há quem se lembre de seu empenho desprovido de qualquer vaidade, mas da alegria de ver o Iate Clube caminhando.
A partir daí apaixonado por esportes, ele se envolve também com o PIRAJU FC  e ai já não havia mais jeito então volta pra piraju de mudança com toda a família, na época éramos minha mãe, Terezinha, meus irmãos, Jose Augusto, Djalma, eu, (Douglas) e o Amauri, para se engajar nesta empreitada nova por volta de 1965.
Entenderam agora, porque nos tínhamos livre acesso nas piscinas do iate ainda em construção ? É que estávamos aqui desde o começo! Obrigado Piraju ! Obrigado Iate Clube por nos trazer tão felizes lembranças !!!