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Ida B. Wells recebe Prêmio Pulitzer póstumo

Postado à, 1426 dias atrás | 3 minutos de leitura

Ida B. Wells recebe Prêmio Pulitzer póstumo

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Ida B. Wells, jornalista investigativa que arriscou a vida expondo os horrores do linchamento no final da década de 1890, recebeu uma citação especial póstuma no Prêmio Pulitzer* em 4 de maio em razão de suas poderosas reportagens, que têm inspirado gerações de jornalistas.

A citação do Conselho do Prêmio Pulitzer homenageia Ida por suas “notáveis e corajosas reportagens sobre a violência horrível e cruel contra afro-americanos durante a era do linchamento”. E vem com um legado de pelo menos US$ 50 mil em apoio à missão de Ida. Os detentores do legado serão anunciados mais tarde.

O conselho anunciou a honraria um dia após o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa*. Para muitos, o legado de Ida define liberdade de imprensa.

 

De maneira corajosa, ela fez reportagens sobre atrocidades contra seu próprio grupo racial no momento em que as mulheres não tinham o direito de votar. Suas investigações, relatadas logo após a abolição da escravidão, expuseram tentativas por parte de turbas brancas de controlar afro-americanos através da violência.

As reportagens de Ida B. Wells incluem estatísticas, detalhes e fotos de linchamentos nos EUA (The Frederick Douglass Papers/Biblioteca do Congresso)

“A única coisa que ela realmente tinha era a verdade”, disse Michelle Duster, bisneta de Ida, ao jornal Chicago Tribune*. “E ela usou o jornalismo como uma ferramenta para não apenas reportar o que estava acontecendo, mas usou sua habilidade como jornalista, o melhor que pôde, para impactar mudanças sociais.”

Nascida no período de escravidão no Mississippi em 1862, Ida abriu caminho para futuros ativistas e repórteres.

Ela ajudou a lançar a cruzada nacional antilinchamento em Memphis, Tennessee, onde foi coproprietária, editora e repórter do jornal Free Speech and Headlight. Ela publicou artigos condenando assassinatos extrajudiciais. E também passou vários meses viajando pelo Sul dos EUA sozinha para investigar centenas de linchamentos.

Depois que uma multidão destruiu os escritórios do jornal onde trabalhava, ela decidiu nunca mais pisar em Memphis novamente. Ida se mudou para Chicago e publicou as conclusões de suas reportagens de campo em dois panfletos: “Southern Horrors” (Horrores do Sul, em tradução livre) em 1892 e “A Red Record” (Um Recorde Vermelho, em tradução livre), uma extensa reportagem baseada em dados, que foi publicada em 1895.

* site em inglês

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