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ABBA FOREVER ! por Carlinhos Barreiros/Especial

Postado à, 376 dias atrás | 7 minutos de leitura

ABBA FOREVER ! por Carlinhos Barreiros/Especial
Morreu na última sexta-feira,7 de abril, o
guitarrista da banda ABBA, Lasse Wellander,
tombado por um câncer que o consumia
desde outubro. O músico acompanhou o quarteto durante sua longa e vitoriosa
carreira, em shows ao vivo pelo mundo e gravações de estúdio.io.
O Abba está entre as três bandas das quais eu mais gosto, em todos os tempos e entre todas: as outras duas são Beatles e Pink Floyd. Se os Beatles revolucionaram o pop e deram nova cara a uma fórmula que já se mostrava superada, com suas letras
revolucionárias e seus arranjos reverenciados até hoje, ABBA, por sua vez, era a própria encarnação do pop: atribui-se ao quarteto
sueco o boom do Movimento Disco em todo o planeta, com o lançamento do clássico
“Dancing Queen” em 1976, do álbum “Arrival”
Ou seja, se não fosse ABBA, não teríamos tido a Era da Discoteca e sua enorme constelação de astros e estrelas: Gloria
Gaynor, Donna Summer, Sylvester, Bee Gees, Tina Charles, Chic, KC and the Sunshine Band, Santo Esmeralda e muito menos a novela “Dancing Days” da Globo.
E nunca houve, no mundo do pop – antes, depois e agora - uma dupla de vocalistas mais lindas que as duas do quarteto sueco:
Agnetha Faltskog (a loura) e Anni-Fridi Lyngstad (a morena) sempre foram um show
à parte na história da banda! 
Bonitas, simpáticas e divertidas, ainda se davam ao
luxo de cantar bem. Cada uma delas era casada com a parte masculina do conjunto,
que fazia backing vocals e às vezes até ensaiava um solo: Agnetha com o guitarrista
Bjorn Ulvaeus e Anni-Fridi com o tecladista, Benny Anderson. Quando os dois primeiros se separaram, no início dos anos 80 do século passado, a banda acabou, para desgosto de seus milhões de fãs espalhados por todos os continentes.
O culto a Agnetha, a loura, por parte de sua legião de admiradores foi explicitado com
ênfase no filme “As Aventuras de Priscilla, a Rainha do Deserto” onde a personagem de Guy Pearce, uma drag queen estabanada, guardava num vidrinho e gostava de exibir para as amigas algo que supostamente seria um pedaço de cocô de Agnetha, exibido como troféu pela drag e supostamente obtido às escondidas num hotel de Estocolmo onde o quarteto teria se hospedado. Quando fãs colecionam merda de seus ídolos, mesmo numa ficção como o filme, é porque o sucesso é estrondoso mesmo.
ABBA foi catapultada para o mundo pop e o sucesso no Festival Eurovisão de 1974
acontecido em Brighton, no Reino Unido cantando o hit “Waterloo”, agitado e
dançante. Com um histórico pouco conhecido no cenário musical da época, a Suécia não era celeiro de grandes astros internacionais. O mercado fonográfico interno do país funcionava às mil maravilhas, mas estrelas de grande porte com projeção mundial não existiam. Com a explosão do ABBA, o cenário
mudou: a dupla Roxette fez sucesso e ganhou
muito dinheiro com a canção
 
 
(incluída na trilha de “Uma Linda Mulher” – Pretty Woman) e a banda de hard
rock Europe tocou até a exaustão, em rádios do planeta inteiro seu hit “The Final
Countdown”, cujo solo de guitarra está sempre incluído entre os melhores, nas listas
de músicas de Metal que as revistas especializadas no gênero costumam fazer de
vez em quando.
Uma das coisas bacanas do ABBA é que eles, lá na longínqua e gelada Suécia, cantavam coisas relacionadas a outros hemisférios e a
terras bem mais quentes: foi assim com os megassucessos “Fernando” (aquela música sobre revolução em um país qualquer de língua espanhola), “Chiquitita” e “Andante”, canções de amor que poderiam muito bem ter sido compostas na Nicarágua. “Fernando”, aliás, ganharia um cover de peso mais de trinta anos depois, quando Cher emprestou sua voz e carisma à canção, incluída com sucesso na trilha sonora de Mamma Mia 2,essa também uma das músicas mais
conhecidas do ABBA.
Antes, Merryl Streep já tinha cantado “The
Winner Takes It All” da trilha de “Mamma Mia
1” e surpreendentemente saiu-se muito bem,
nessa música que é considerada o hino de
despedida do ABBA, com sua letra triste sobre
separação. Com canções incorporados ao
imaginário popular do mundo há décadas,
deve-se sempre agradecer ao quarteto sueco
o estilo irreverente, despretensioso e alegre
de suas canções, perto das quais a tristeza
passa longe. Se dançar é preciso - e é mesmo
- não nos esqueçamos que, com ABBA, todo
mundo pode ser uma dancing queen. Forever.
* O autor Carlinhos Barreiros é escritor,  começou sua carreira na Folha de Piraju no final da década de 80, já tem livro publicado  e um em edição e  escreve em sites e já foi e é colaborador da imprensa de Piraju e região.