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Elas podem, por Carlinhos Barreiros

Postado à, 647 dias atrás | 8 minutos de leitura

Elas podem, por Carlinhos Barreiros
Leio na internet que Margot Robbie recebeu 12 milhões de dólares para encarnar a boneca Barbie no filme homônimo, que acaba de estrear nos cinemas. Uah!!! Essa quantia equivale a quase 60 milhões de reais, nada desprezível para qualquer bolso.Barbie, o filme também foi bem na estreia: quase 350 milhões de dólares no primeiro fim de semana, o que lhe auspicia uma carreira de U$ 500 milhões ou até mais. Com tanto marketing em cima, a vitória do cor de rosa era inevitável.
Não me lembro direito de Margot em “O Lobo de Wall Street” (2013), de Martin Scorcese, como a namorada de Leonardo di Caprio. Talvez deva revê-lo para situar o contexto da loura. Robbie surgiu para mim naquele filme policial junto com Rodrigo Santoro e Will Smith chamado “Golpe Duplo” (2015), onde já foi arrebentando a boca do balão como a garota de Will. Depois disso só colecionou sucessos e duas indicações ao Oscar. Fez bonito como a Jane ao lado de Alexander Skarsgaard naquele “Tarzan” (2016) bacana, em que ele comanda a bicharada das savanas africanas. 
Na biografia da patinadora Tonya Harding (Eu, Tonya – 2017) foi indicada ao Oscar mas quem levou foi a mãe da Tonya no filme, a atriz Allison Janney. Carregou “Esquadrão Suicida” (2021) nas costas, consagrando-se como a Arlequina (Harley – Queen), a namorada pirada do Coringa no filme que todo mundo ama odiar mas que eu adoro. Recentemente Robbie barbarizou em Era Uma Vez em Holywood, (2019) de Quentin Tarantino, vivendo a atriz dos Anos 60 Sharon Tate, assassinada grávida de 9 meses pelos asseclas do Guru do Mal Charles Manson, na Los Angeles de 1969. No filme (um Tarantino, lógico) a Sharon de Margot sobrevive e para os assassinos sobra a casa ao lado, onde eles entram errado e acabam torrados pelo lança-chamas de Leo di Caprio. 
 
Tarantino, como já tinha feito em “Bastardos Inglórios” (onde Hitler é assassinado dentro de um cinema!) subverte a História e a molda ao seu bem-prazer, sempre com resultados brilhantes. Margot ainda brilha no recente e mal-recebido “Babilonia” (2022), de Damien Chazelle, no papel da estrelinha boca-suja, caipira e mal nascida que aspira por um lugar ao sol na orgiástica Hollywod dos Anos 20 e 30, quando os filmes ainda eram mudos, ou, no máximo, estavam na transição para o falado. Claro que ela consegue o estrelato, mas como “Babilonia” é um drama pesado e moralista, sua personagem não tem um final muito digno não.    
Deixando Barbie de lado um pouco, lembremo-nos que a primeira atriz de Hollywood a ganhar um milhão de dólares no cinema foi a inglesa Elizabeth Taylor, por seu papel em Cleopatra (1963). O filme, um tremendo fracasso de bilheteria, afundou o estúdio que o financiou, a United Artists, que nunca mais se reergueu do prejuízo e acabou pedindo falência. Arrastado e chato, Cleopatra de Liz Taylor só entrou para a história por colocar em cena uma rainha egípcia, africana, de pele mais clara que o leite e olhos cor de violeta. Hoje, com todo o mimimi das patrulhas na internet, tal feito seria impossível. O adequado - ou politicamente correto, no mínimo - seria uma Cleópatra negra. Mas Liz, com um milhão de verdinhas na conta bancária estava pouco se lixando para o fracasso do filme e outras mesquinharias. Baixinha, gordinha e peituda, aproveitou as filmagens em Roma para detonar tonéis do mais puro whisky escocês, ao lado de seu marido de então, o também ator Richard Burton (o Marco Antonio do filme) com quem tinha acabado de se casar pela segunda vez e costumava beber mais do que ela. Aliás, morreu disso.  
Um ano mais tarde, a italiana Sophia Loren seria a segunda atriz a ganhar 1 milhão de dólares por um filme: no épico (e clássico) “A Queda do Império Romano” Sophia é Lucila, filha do imperador Marco Aurélio, numa Roma sitiada pelos bárbaros do Norte por todos os lados. Aclamado pela crítica e sucesso de bilheteria, diferentemente do fracassado “Cleopatra”, o longa de Anthony Mann seria “homenageado”, no futuro, em “O Gladiador” (2000) de Ridley Scott, que chupa vários temas do filme de Sophia sem lhe dar o devido crédito.
Quem também está podendo (e muito) atualmente, é a cantora pop Lady Gaga. Alçada à categoria de atriz dramática na terceira versão para o cinema de “Nasce Uma Estrela”, Lady foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz e depois disso ainda fez o bacana “A Casa Gucci”, no papel da esposa arrivista que manda assassinar o esposo, herdeiro da famosa grife italiana. Como falamos em Arlequina enquanto falávamos de Margot Robbie, é bom lembrar que a nova Arlequina será justamente Lady Gaga, na segunda parte do drama do Coringa, que, ao que tudo indica, vai ser um musical!
Será que Coringa (Joaquin Phoenix) e Arlequina (Lady Gaga) vão cantar e dançar juntos na antológica escadaria do primeiro filme? Galera está pagando pra ver!     
 
O autor deste texto  Carlinhos Barreiros iniciou sua vida de jornalista na Folha de Piraju no final da década de 80, por sugestão da professora Mariinha D'ercolle e a convite da editora da Folha de Piraju, Maria Ângela (Laka) e já era polêmico. Carlinhos era um professor primário dos melhores e hoje  é escritor e jornalista colaborador de várias plataformas digitais.  Escreveu o livro “Insânia, o lado escuro da Lua” e prepara uma nova obra para breve.  Já venceu concursos de contos e foi colaborador dos jornais Folha de Piraju, Observador e Jornal da Cidade. Continua colaborando de forma especial com a Folha de Piraju. É colaborador regular do blog  Farol Notícias, de Itaí. Também escreve para  um projeto do Jornal da USP.