Leio na internet que Margot Robbierecebeu 12 milhões de dólares para encarnar a bonecaBarbie no filme homônimo, que acaba de estrear nos cinemas. Uah!!! Essa quantia equivale a quase 60 milhões de reais, nada desprezível para qualquer bolso.”Barbie, o filme” também foi bem na estreia: quase 350 milhões de dólares no primeiro fim de semana, o que lhe auspicia uma carreira de U$ 500 milhões ou até mais. Com tanto marketing em cima, a vitória do cor de rosa era inevitável.
Não me lembro direito de Margot em“O Lobo de Wall Street”(2013), de Martin Scorcese, como a namorada de Leonardo di Caprio. Talvez deva revê-lo para situar o contexto da loura. Robbie surgiu para mim naquele filme policial junto com Rodrigo Santoro e Will Smith chamado “Golpe Duplo” (2015), onde já foi arrebentando a boca do balão como a garota de Will. Depois disso só colecionou sucessos e duas indicações ao Oscar. Fez bonito como a Jane ao lado de Alexander Skarsgaard naquele “Tarzan” (2016) bacana, em que ele comanda a bicharada das savanas africanas.
Na biografia da patinadora Tonya Harding (“Eu, Tonya” – 2017) foi indicada ao Oscar mas quem levou foi a mãe da Tonya no filme, a atriz Allison Janney. Carregou “Esquadrão Suicida” (2021) nas costas, consagrando-se como a Arlequina (Harley – Queen), a namorada pirada do Coringa no filme que todo mundo ama odiar mas que eu adoro. Recentemente Robbie barbarizou em “Era Uma Vez em Holywood”, (2019) de Quentin Tarantino, vivendo a atriz dos Anos 60 Sharon Tate, assassinada grávida de 9 meses pelos asseclas do Guru do Mal Charles Manson, na Los Angeles de 1969. No filme (um Tarantino, lógico) a Sharon de Margot sobrevive e para os assassinos sobra a casa ao lado, onde eles entram errado e acabam torrados pelo lança-chamas de Leo di Caprio.
Tarantino, como já tinha feito em “Bastardos Inglórios” (onde Hitler é assassinado dentro de um cinema!) subverte a História e a molda ao seu bem-prazer, sempre com resultados brilhantes. Margot ainda brilha no recente e mal-recebido “Babilonia” (2022), de Damien Chazelle, no papel da estrelinha boca-suja, caipira e mal nascida que aspira por um lugar ao sol na orgiástica Hollywod dos Anos 20 e 30, quando os filmes ainda eram mudos, ou, no máximo, estavam na transição para o falado. Claro que ela consegue o estrelato, mas como “Babilonia” é um drama pesado e moralista, sua personagem não tem um final muito digno não.
Deixando Barbie de lado um pouco, lembremo-nos que a primeira atriz de Hollywood a ganhar um milhão de dólares no cinema foi a inglesa Elizabeth Taylor, por seu papel em “Cleopatra” (1963). O filme, um tremendo fracasso de bilheteria, afundou o estúdio que o financiou, a United Artists, que nunca mais se reergueu do prejuízo e acabou pedindo falência. Arrastado e chato, “Cleopatra” de Liz Taylor só entrou para a história por colocar em cena uma rainha egípcia, africana, de pele mais clara que o leite e olhos cor de violeta. Hoje, com todo o mimimi das patrulhas na internet, tal feito seria impossível. O adequado - ou politicamente correto, no mínimo - seria uma Cleópatra negra. Mas Liz, com um milhão de verdinhas na conta bancária estava pouco se lixando para o fracasso do filme e outras mesquinharias. Baixinha, gordinha e peituda, aproveitou as filmagens em Roma para detonar tonéis do mais puro whisky escocês, ao lado de seu marido de então, o também ator Richard Burton (o Marco Antonio do filme) com quem tinha acabado de se casar pela segunda vez e costumava beber mais do que ela. Aliás, morreu disso.
Um ano mais tarde, a italiana Sophia Loren seria a segunda atriz a ganhar 1 milhão de dólares por um filme: no épico (e clássico) “A Queda do Império Romano”Sophia é Lucila, filha do imperador Marco Aurélio, numa Roma sitiada pelos bárbaros do Norte por todos os lados. Aclamado pela crítica e sucesso de bilheteria, diferentemente do fracassado “Cleopatra”, o longa de Anthony Mann seria “homenageado”, no futuro, em “O Gladiador”(2000) de Ridley Scott, que chupa vários temas do filme de Sophia sem lhe dar o devido crédito.
Quem também está podendo (e muito) atualmente, é a cantora pop Lady Gaga. Alçada à categoria de atriz dramática na terceira versão para o cinema de “Nasce Uma Estrela”, Lady foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz e depois disso ainda fez o bacana “A Casa Gucci”, no papel da esposa arrivista que manda assassinar o esposo, herdeiro da famosa grife italiana. Como falamos em Arlequina enquanto falávamos de Margot Robbie, é bom lembrar que a nova Arlequina será justamente Lady Gaga, na segunda parte do drama do Coringa, que, ao que tudo indica, vai ser um musical!
Será que Coringa (Joaquin Phoenix)e Arlequina (Lady Gaga) vão cantar e dançar juntos na antológica escadaria do primeiro filme? Galera está pagando pra ver!
O autor deste texto Carlinhos Barreiros iniciou sua vida de jornalista na Folha de Piraju no final da década de 80, por sugestão da professora Mariinha D'ercolle e a convite da editora da Folha de Piraju, Maria Ângela (Laka) e já era polêmico. Carlinhos era um professor primário dos melhores e hoje é escritor e jornalista colaborador de várias plataformas digitais. Escreveu o livro “Insânia, o lado escuro da Lua” e prepara uma nova obra para breve. Já venceu concursos de contos e foi colaborador dos jornais Folha de Piraju, Observador e Jornal da Cidade. Continua colaborando de forma especial com a Folha de Piraju. É colaborador regular do blog Farol Notícias, de Itaí. Também escreve para um projeto do Jornal da USP.