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Dom Bosco a lenda que nasceu em 1970 na cidade de Piraju

Postado à, 355 dias atrás | 12 minutos de leitura

Dom Bosco a lenda que nasceu em 1970 na cidade de Piraju
Encontro 2023
No encontro deste ano do Grêmio Esportivo Dom Bosco toda a arrecadação de alimentos, recursos etc, será destinada ao Asilo São Vicente de Paula. Você vai ao jogo amanhã a partir a 8h30 no Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes e o ingresso é 1 kg de alimento não perecível.
Essa ligação com o Asilo vem de 1957 quando houve o nascimento da Conferência  Dom Bosco a partir do desdobramento de uma uma outra do Menino Jesus, no Asilo São Vicente de Paula em Piraju. A conferência Dom Bosco nasceu segundo registros do asilo em 5 de maio de 1957 e diz a história oficial (em um livreto do Asilo da época)que chegou enriquecendo a entidade que até os dias de hoje conta com essa conferência e ainda luta com dificuldades e sempre dependendo não apenas de recursos públicos e verbas de deputados, mas de voluntariado, colaboração espontâneas e eventos como festas e promoções. 
Assim nasceu a  Agremiação Esportiva Dom Bosco que começou a realizar seus encontros no Asilo São Vicente de Paula e assim nasceu oficialmente o Dom Bosco que leva o nome de um santo que dedicou a vida à Educação de crianças e jovens. 
Ficou definido também que não seria só um time de futebol, mas que as crianças e adolescentes que acolhessem no Dom Bosco tivessem também ideais, respeito, e se tornassem homens de bem e constituindo familias com princípios cristãos.
Não havia discriminação e assim conviveram no Dom Bosco crianças e jovens de várias classes sociais. "Não havia preconceito, todos eram iguais e recebidos com carinho e respeito", contam os mais antigos. 
 
Piraju década de 60. A  cidade tinha o Piraju F.C, time profissional que disputou o paulista A3 na terceira divisão do estado nos anos 62 a 68. Orgulho e febre dos esportistas da época o time consagrou-se vice campeão paulista da terceira divisão A3 em 1964.
Na categoria A3 terceira divisão do estado de SP  de 80 a 82 e ainda 84, 86 e 87 e naquela época, também tínhamos os campeonatos internos da cidade,  equipes como Reta Club, Corinthians do Bairro Alto, Cruzeirinho, Estação, Villa e times das periferias (zona rural).Entre altos e baixos e dificuldades de manter um time profissional o Piraju F.C, lotava o estádio Gilberto Moraes Lopes. 
1970
Começa a surgir um fenômeno que transformaria uma geração de crianças e adultos na área esportiva esocial da cidade. O Dom Bosco. 
Foram anos de dedicação e sonhos realizados por pessoas que se comprometeram a levar esse projeto a sério.
Alguns  daqueles jovens se destacaram no esporte, foram para times profissionais e seguiram carreira na área com sucesso.
Muitos foram embora da cidade, outros ficaram por aqui, constituiram família e se se sobressairam sendo ótimos cidadãos e profissionais em seus setores profissionais. “O mais importante, a filosofia e o ensinamento cristão que nos foram passados, continua até os dias de hoje em nossas vidas e de nossos filhos com toda certeza” relata José Augusto Hernandes, um dos organizadores dos encontros dos dombosquinos ao longo das últimas décadas. Neste dia 29 e 30 de abril de 2023 o grande grupo do Dom Bosco se reúne para mais um encontro, desta vez organizado com antecedência e com comissão organizadora e tudo. O Whatsapp permitiu que eles através de um movimento grupo, onde há centenas de postagens diárias e um fluxo incrível, dificil de acompanhar, mas onde é possível ouvir relatos muito ricos sobre o período em que esse pessoal pertencia ao Dom Bosco. 
O time foi fundado há 52 anos, em 1971. Importante lembrar que em Piraju no final da década de 60 e início dos anos 70 surgiram muitas ações na cidade que resultaram na fundação do Sindicato Rural, da Folha de Piraju, do Iate Clube, da Guarda Mirim e até do Dom Bosco.
No ano de 2022 o encontro se deu entre os dias 16 e 19 de junho, aproveitando o feriado prolongado do Corpus Christi para reunir o maior número possível de integrantes para jogos, bate papos, confraternizações, churrascos, pizzas e muita história para relembrar e contar. Acompanhando por um ano o movimentos dos integrantes num grupo respeitoso onde o papo principal é o futebol, inclusive reverenciando dois técnicos ainda na ativa e de sucesso nos seus times Ary Marques e João Valim. Neste ano os integrantes de SP sempre que podem se reunem e partem para assistir as partidas comandandas por João.
Jornalistas esportivos nascidos na região como Dirceu Cabral e João Zanforlim também já estiveram nas convesas do grupo. Tudo nos leva a ver que o aspecto mais rico dessa empreitada chamada  Dom Bosco foi manter nessas décadas todas um grupo unido pela amizade. Assim na medida que o tempo vai passando houve resgates de histórias e sentimentos.  
E até questões mal resolvidas do passado são aparadas e ficam transparentes nesse encontro em meio a risos e abraços entre homens feitos que não têm receio de mostrar e emoção e chegam a chorar como crianças ao rever aquele amigo que não viam há tanto tempo ou recordar aqueles que se foram.
Jacy Albanezi
Pensar que todo esse envolvimento começou numa manhã de domingo na cidade de Piraju, quando o Sr.Jacy Albanezi e sua Kombi, juntou crianças de 10/12 anos de idade e partiu para um jogo na cidade de Chavantes. 
Jogo contra o time do Padre, num campinho no fundo da Igreja Matriz daquela cidade com vitória de 3X2 para o time de adolescentes de Piraju . 
Empolgação total, nascia ali o grito de guerra “Tubaina”, que no primeiro posto de estrada na volta à cidade de Piraju atendeu os pequenos atletas entusiasmados do Dom Bosco.
 O que seria uma brincadeira de garotos e seus pais, e amigos de seus pais, ganhou proporções quando Jacy e outros decidiram montar um projeto para formar uma equipe de futebol. Pessoas “notáveis” como Jaci Albanezi, Roberto Bersi, Antônio Francisco, Jardel Caetano, Firmino Bragança, Nicola Dinardi, o saudoso Fernetti, sr. Silvestre e Sgto Cid Borges constituíram a  primeira diretoria da agremiação.
Com participação espontânea nas reuniões de entusiastas e colaboradores  dos amigos e filhos dos integrantes da Conferência Dom Bosco do Asilo despontaram como  incentivadores e fundadores do time que virou uma religião: Manoel Bersi, Miguel Garrote, Urbano Vieira, Jacy Albanezi, Antônio Francisco, Roberto Bersi, Firmino Bragança, Nicola Dinardi, Benedito de Barros, Fernetti, Silvestre e Sgto Cid Borges e Oswaldo Pinterich. 
 
O lema do Dom Bosco: 
“Bom de bola, Bom na escola e cristão autêntico”.
 
Assim nasce em 1971 o Campeonato de futebol “Dente de leite” na cidade de Piraju década de 1971 idealizado pelo sr. Birajá ou Bira que viu na criação do Dom Bosco e das atividades daquele time um momento propício para que o esporte na cidade voltassem a ser importantes. Assim o primeiro campeonato do Dente de Leite da cidade com 16 equipes, todas constituidas e formadas nos bairros e zonas rurais de Piraju. 
Na ocasião então o Dom Bosco sagrou-se campeão invicto do Torneio Início e do Torneio principal.
A equipe do GE Dom Bosco neste  I Campeonato Dente de Leite  - 1971 teve  a mescla de alguns jogadores qualificados. Embora uma agremiação esportiva amadora, configurou-se com características profissionais de seus atletas dedicados embora jovens envoltos em treinos durante a semana, reuniões, conferências na sexta-feira e missa na matriz da cidade aos domingos. 
Para participar teriam que ter comprometimento e responsabilidade com aquela linha de conduta.
Citamos esse período que foi decisivo no repertório de jogos, e conexões entre os fundadores/colaboradores e os jogadores do Dom Bosco. 
Seu Bira um entusiasta da causa Dom Bosco, assim como Jacy  Albanesi  “o eterno presidente” e Beto Bersi (técnico) e os outros todos envolvidos e colaboradores sempre se empenhando para que o time ganhasse a projeção que teve, proporcionando a realidade do despontar de talentos e sempre valorizando o que aquela meninada tinha de melhor. 
Os coordenadores eram mais que treinadores, junto com os meninos, o Dom Bosco virou uma causa, e talvez por tanto empenho tenha marcado o coração e a mente de seus integrantes, que possuem um sentimento de pertença à essa grande família Dombosquina construída na verdadeira amizade.
Um pouco dessa trajetória tão significativa que contagia quem conhece os senhores e senhoras de hoje que foram os jovens que ajudaram a construir essa lenda é o que estamos contando aqui para que relatos tão intensos, ricos e relevantes fiquem registrados.