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Terça-feira Santa: Traição e negação

Postado à, 42 dias atrás | 3 minutos de leitura

Terça-feira Santa: Traição e negação
Prof. Dr. Pedro Ferreira de Lima Filho
Na Terça-feira Santa, um dos eventos centrais é a revelação feita por Jesus durante a Última Ceia, onde Ele prevê a traição de um dos seus discípulos e a negação de Pedro. “E, estando eles comendo, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair” (Mt 26,21).
 
Esses eventos ressoam através das eras, desafiando-nos a refletir sobre as formas em que podemos trair ou negar nossos valores e princípios nos contextos pessoais, sociais e até mesmo institucionais.
 
Assim como Judas traiu Jesus por trinta moedas de prata, muitas vezes traímos nossa própria integridade em busca de ganhos materiais ou status. “Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata” (Mt 26,14-15).
 
Podemos também trair aqueles que confiam em nós, seja através de palavras não cumpridas, segredos compartilhados indevidamente ou promessas quebradas.
 
Da mesma forma, a negação de Pedro ecoa em situações em que optamos por nos distanciar de nossas crenças por medo, conveniência ou pressão social. “Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, me negarás três vezes. (Mt 26,34).
 
Negamos a verdade quando permanecemos em silêncio diante da injustiça, quando viramos as costas para aqueles que precisam de ajuda, ou quando escolhemos o caminho mais fácil em vez do correto.
 
Esses episódios bíblicos nos convocam a examinar nossas próprias vidas e sociedades, questionando onde estamos traindo ou negando nossos princípios éticos e morais. “E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente” (Mt 26,75).
 
Em uma era marcada pela corrupção, desigualdade e intolerância, é imprescindível confrontar nossas próprias ações e o sistema ao nosso redor. Somente ao reconhecer e confrontar essas traições e negações podemos verdadeiramente buscar a redenção e a transformação necessárias para construir um mundo mais justo e compassivo.
 
Prof. Dr. Pedro Ferreira de Lima Filho é Articulista, Assessor Executivo, Colunista Especial, Correspondente Jurídico, Polímata, Servidor Público Concursado de Carreira, Leitor Crítico, Filósofo, Pedagogo, Teólogo, Especialista em Educação Especial e Inclusiva, Pós-graduado em Ensino Religioso, Mestre em Bíblia, Doutor em Teologia e Professor Universitário nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação no Brasil e no Exterior. E-mail: filho9@icloud.com