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Voltar “Nossa Senhora das Maravilhas”, por  Pe. Luiz Antônio Pereira

23/JAN - 23
JAN
“Nossa Senhora das Maravilhas”, por Pe. Luiz Antônio Pereira

“Maria, por manter a originária pureza da natureza criada é, portanto, o compêndio das maravilhas da criação”.
É verdadeiramente extraordinária a história da milagrosa imagem da Virgem Maria, que estava para ser destruída num pequeno povoado perto de Salamanca, sendo hoje uma das imagens mais formosas que se veneram na Espanha.
No final do século XVI, ela se encontrava tão deteriorada, com o rosto tão desfigurado, que o Juiz Eclesiástico ordenou que fosse enterrada. Quando sua disposição estava para ser cumprida, os fiéis que estavam acostumados a rezar diante daquela imagem, ao verem, com dor, que ia desaparecer o sagrado objeto por tanto tempo cultuado, armaram tamanho tumulto no pórtico da igreja, que em vão o pároco do lugar pode cumprir a ordem do juiz.
Entre aqueles que se opunham, estavam também João González e sua esposa, que pediam que a imagem lhes fosse entregue. Foram tantas as insistências que, depois de 26 anos, conseguiram alcançar tal objetivo. Tempo mais tarde a imagem foi vendida, em Madri, para a senhora Ana Maria del Carpio, esposa de um escultor, que a retocou.
Tais foram os milagres que, após 3 anos, levou o vigário geral de Madri, a intimar Ana Maria a entregá-la em algum convento ou igreja para que recebesse o devido culto público e a veneração dos fiéis. Cumprindo a ordem do Vigário Geral, no dia 1º de fevereiro de 1627, a imagem foi transladada da casa da senhora Ana Maria para o convento, da Igreja de Santo Antão, hoje das “Maravilhas”, que era ocupado por freiras carmelitas. Durante o cortejo, uma pomba seguia a carruagem até chegar à porta da igreja, quando pousou uns instantes sobre o teto do coche. Em seguida, logo que a imagem entrou na igreja, a ave, alçando voo, dirigiu-se ao coro deixando-se pegar pelas freiras.
No Brasil, a imagem de “Nossa Senhora das Maravilhas”, trazida em 1552 por Dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo da Bahia, data de antes da época da fundação da cidade de São Salvador da Bahia. De madeira policromada, parece ter sido fabricada no século XVI, em Portugal, por autor desconhecido. No século XVII, a imagem foi revestida de prata e colocada na Catedral da Sé da Bahia, na primeira das sete capelas dedicadas à Nossa Senhora. A igreja da Sé foi a primeira sede da igreja católica no Brasil.
Nossa Senhora das Maravilhas traz nos braços o Menino Jesus encarnado. Atualmente a imagem de Maria, a Virgem das Maravilhas, se encontra no Museu de Arte Sacra da Universidade Federal e pertence à Arquidiocese de Salvador. Medindo 65 cm, é uma das imagens sacras mais belas e significativas da época colonial brasileira.
Tendo um olhar sereno e traços sóbrios, parece contemplar a maravilha de portar o sentido da história e do mundo na presença de seu Filho.
Nossa Senhora das Maravilhas! Rogai por nós!