Voltar
01/MAR -
01
MAR
"Manuscrito encontrado entre os documentos pessoais da falecida Sra. Henriqueta Serpa de Paula Rosado, de Casa Verde". por Yuri Rossi Cardoso
"Manuscrito encontrado entre os documentos pessoais da falecida
Sra. Henriqueta Serpa de Paula Rosado, de Casa Verde".
um relato de Yuri Rossi Cardoso
Por dois anos consecutivos mantive essa história em segredo absoluto, praticamente trancado a sete chaves, pois não sabia se as demais pessoas acreditariam ou não em tal narrativa. Somente eu e mais três pessoas sabiam dessa horrível lembrança, meu marido Cornélio e minhas vizinhas, Dona Marietta, minha companheira nas horas alegres e tristes, e a dona Amélia Beneton (sendo está última uma espécie de mentora em assuntos sobrenaturais) esposa do Sr. Olindo de Carvalho, juiz de paz que havia realizado meu casamento em janeiro do mesmo ano. Mas deixarei as cordialidades de lado e partirei ao que realmente interessa aos leitores.
A casa onde moro atualmente na Rua Jerônimo Casagrande, fica dois quarteirões abaixo, ao lado direito de quem desce da Igreja de Nossa Senhora da Piedade, em sentido a Rua Ildefonso Costa, de modo que a perturbadora história que irei relatar nessas entrelinhas ocorreu precisamente na noite do dia 07 de março de 1928, quando o relógio da igreja marcava o ponteiro por volta das 22h30, e a lua encontrava-se em seu ponto mais alto, iluminando tudo ao seu redor na praça matriz Diamantino de Rezende, em pleno período de quaresma, e que Deus e os céus me sirvam de testemunha caso pensem que estou completamente louca ou ensandecida por estar escrevendo coisas que futuramente possam ser consideradas como "fictícias" ou "fruto da minha imaginação" e se isso acontecer, nada poderei fazer quanto a incredulidade daqueles que lerem esse relato que espero um dia tornar-se público, como uma espécie de aviso para aqueles que acham que histórias sobre bruxas, fantasmas, monstros e criaturas da noite obscura são apenas meras bobagens, que tem como objetivo assustar ou amedrontar pessoas se todas as idades, sejam jovens ou velhas, adultos ou crianças, para que não cometam atitudes precipitadas, sob o pretexto de serem punidas em consequências inimagináveis.
O autor do relato é um jovem escritor.