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Voltar Expectativa versus Percepção : O encontro do Dom Bosco, por Carlos Rivera

01/MAI - 01
MAI
Expectativa versus Percepção : O encontro do Dom Bosco, por Carlos Rivera

Combinei com o Marinho (meu cunhado) que passaria na sua casa, em Sorocaba, para irmos juntos. Na pior das hipóteses, teria a companhia dele e não me sentiria isolado. Confesso que fiquei com receio, como alguém que vai a uma festa com poucos conhecidos. Motivos para isso eu tinha, afinal, há mais de 40 anos não convivia com as pessoas que iria encontrar. Depois o Marinho me confidenciou que também estava receoso.
 
Quando o Zé do Bira me colocou no grupo pela seguda vez, há 90 dias disse: teremos um encontro e gostaria que você participasse. Durante esse tempo vi as pessoas se preparando para o evento. João Vallim postando caminhadas longas, Zé do Bira com personal trainner, emagrecendo semana a semana, Zé Augusto Motta treinando no Ypiranga, Ary incentivando a turma a começar a caminhar, Carlinhos dando algumas poucas voltas no estádio, o Rodney na esteira do prédio, entre outros tantos amigos que se preparavam. Enfim, houve um momento de preparação física para o encontro e acabei entrando nessa onda. Paralelamente acompanhamos as resenhas no grupo, ora do incrível Bolão, ora do Tonho e da Biraiada. Essas resenhas acabaram funcionando como uma preparação emocional para nosso encontro.
 
Voltando ao sábado, já havia comprado um calção e um par de meias, conforme orientação dos organizadores. Eu não tinha chuteiras. Depois que saí de Piraju, em 1977 não tive mais a necessidade desse equipamento. Acabei trocando as chuteiras pelos livros e resolvi o problema tomando uma chuteira emprestada pelo meu filho. Só a título de lembrança, a chuteira famosa da minha época era a Gaeta. Finalizei a organização dos apetrechos e fechei a mala.
 
Pela primeira vez fui a Piraju com um objetivo diferente das vezes anteriores. Fui para rever os amigos e toda da expectativa criada em torno do evento provocou aquela sensação de um coração mais acelerado, fruto daquela ansiedade natural de quem vai a um evento. 
 
Pois bem, ao chegar às 9 horas da manhã do domingo no estádio na companhia de meu cunhado, para minha surpresa encontrei um antigo vizinho e amigo de infância – o Renato. Me deu abraço forte, contou de sua família, de seu irmão e, de repente, aquela tensão de me sentir um estranho acabou. Devo ter levado alguns minutos a mais do que o normal para chegar até a porta do vestiário. Revi pessoas que me abraçaram com um sorriso imenso e com um olhar de velhos amigos. Ouso dizer que, se todos tivessem ido de máscaras, mesmo assim, um reconheceria o outro. Havia uma energia diferente, um preparo para aquele momento. A receptividade não poderia ter sido melhor.
 
Na porta do vestiário, vi o Fumaça com um sorriso no rosto dizendo quem era, como se fosse preciso. Uma verdadeira celebração do conceito de amizade que ignora o tempo e o espaço e que considera apenas as coisas boas que ficaram de um passado guardado na memória de cada um. Viva nossos amigos, viva o Dom Bosco. A percepção foi bem melhor que a expectativa.
 
O autor Carlos Rivera é integrante do Dom Bosco, time de garotos nascido em 1971, na cidade de Piraju fundado por alguns dos integrantes da Conferência Dom Bosco do Asilo São Vicente de Paula. Numa das fotos ele publicou a chuteira e todo material separado para o grande encontro no jogo de Piraju e publicou no grupo de Whatsapp do time. A partir dai, dessa foto, aqui no jornal já pensamos em convidá-lo para escrever. Este é o segundo relato de Carlos Rivera que publicamos. O primeiro foi no jornal digital e estaremos inserindo aqui no folhadepiraju.com também.